Seria o amazofuturismo um dos subgêneros expoentes de uma Quarta Onda da ficção científica nacional?
De acordo com o professor Alexander Meireles da Silva, da Universidade Federal de Catalão e criador do Canal Fantasticursos, o surgimento de um subgênero ou movimento é uma das características fundamentais para a definição de uma nova Onda.
Em seu artigo intitulado “Sobre diversidades e regionalidades: a ascensão da Quarta Onda da ficção científica brasileira”, o professor Alexander estuda as convulsões criativas da atualidade e conclui que o amazofuturismo, ao lado do afrofuturismo e do sertãopunk, definem o início de uma nova Onda que reúne criações e autores inéditos.
Diz o pesquisador em seu artigo:
“Em termos de narrativas longas, a ênfase de João Queiroz no cuidado a ser observado na abordagem da cultura nativa norteia a proposta do primeiro romance amazofuturista – Amazofuturismo (2021), de Rogério Pietro. Na obra, ambientada no período do descobrimento do Brasil, Pietro apresenta o choque entre a fictícia aldeia dos Tabora Boti, possuidora de tecnologia altamente desenvolvida e em harmonia com a natureza, e colonizadores europeus detentores de maquinário steampunk.” (Silva, 2021)
Dessa forma, o professor conclui que o recente surgimento da Quarta Onda está claro a partir da ênfase regionalista que esses novos subgêneros trouxeram. Assim, o romance Amazofuturismo, primeiro do novo subgênero, desponta como um dos precursores da Quarta Onda da ficção científica brasileira, agregando ideias e conceitos estéticos inovadores.
Sendo um subgênero novo, ainda há muitas histórias a serem contadas, além de ideias a serem exploradas. Porém, ao que tudo indica, a Quarta Onda – assim como o amazofuturismo – já nasceu com muito fôlego para crescer e ganhar o mundo.
Referência:
SILVA, A. Sobre diversidades e regionalidades: a ascensão da Quarta Onda da ficção científica brasileira. Memorare, Tubarão, v. 8, n. 1, jan./jun. 2021. ISSN: 2358-0593.