A essência do amazofuturismo é um conceito estético dentro da ficção científica. E essa estética vem de três elementos básicos: a flora, a fauna e os povos indígenas amazônicos.
A flora se apresenta com os cenários da selva densa, das grandes árvores com suas raízes tabulares, das copas verdes que se unem e impedem a passagem da luz solar direta até o solo rico da Amazônia. Explora o visual dos rios caudalosos e cheios de vida, e também dos cursos de água que cortam a selva e dão vida à vegetação.
A fauna surge com todas as suas cores. O amarelo vibrante da onça-pintada, o azul real da arara, o vermelho dos pássaros, o marrom dos macacos. E todos esses elementos com sua força e simbolismo animal, tão importantes nas culturas dos povos originários.
O componente humano do amazofuturismo é a terceira essência desse subgênero da ficção científica. Ele é composto pela cultura indígena, mas não tem a pretensão e muito menos o objetivo de ser um espelho dessa cultura. Em outras palavras, o amazofuturismo não é um tratado de antropologia, sociologia ou história dos povos originários do Brasil. Sendo um conceito estético nascido de ilustrações, ele se ocupa mais do visual e menos do literal, mais da ficção e menos da realidade.
Isso não significa que o amazofuturismo esteja alheio à cultura e aos desafios dos povos indígenas. Significa apenas que o novo subgênero não tem a obrigação de refletir todas as questões sociais e políticas envolvendo esses povos.
Se tomarmos por comparação outros subgêneros da ficção científica, como o steampunk, por exemplo, veremos que ele tem uma influência estética muito fortemente baseada na Era Vitoriana. Porém, o steampunk não é um espelho dessa Era, e não serve de referência para estudos de sociologia.
O mesmo se aplica ao amazofuturismo.
A ficção científica tem, portanto, um novo desdobramento nesse subgênero, e ele tem origem 100% brasileira, com uma linguagem própria e uma estética mundialmente inédita.
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